Carnaval, nascer do sol e o poder do tempo são certezas que tornam nossa vida melhor e nos dão motivação para levantar da cama e enfrentar esse mundão de Deus. Por isso, é fundamental que você faça de tudo para garantir boas lembranças desses momentos. Sobre o sol e o tempo não temos muito controle, mas sobre o carnaval… ah, esse sim é todo nosso. Todinho!
Como uma boa foliã que sou, compartilho minhas experiências de carnaval (e olha que são muitas) e dou dicas para que você aproveite bem – e dentro das suas possibilidades – o melhor feriado brasileiro. Êta vidinha boa essa nossa!
RIO DE JANEIRO
Se o Rio é o berço do samba, a cidade é também sede do carnaval mais famoso do mundo. Seja para sair na Sapucaí – nunca o fiz, mas minha mãe já foi mil vezes e diz que é uma emoção indescritível -, assistir aos desfiles das escolas de samba ou enfrentar o calor em um dos mil bloquinhos de rua, o Rio de Janeiro é imbatível quando o assunto é carnaval.
Para quem quer sair na Sapucaí, prepare as pernas, os pés e o bolso. As fantasias custam de R$ 800 a R$ 2.500 e podem ser compradas direto no site das escolas de samba – saiba tudo o que você precisa nessa matéria aqui.
Mas se o pé não é de samba, o coração pode (e deve) ser. Quem quiser assistir aos desfiles, os ingressos custam de R$ 110 a R$ 320 e podem ser comprados por telefone. Muitas agências repassam os tickets por valores mais altos. Fique de olho! Veja aqui como comprar os ingressos para assistir aos desfiles na Sapucaí.
Os bloquinhos de rua, já tradicionais na cidade, caíram no gosto dos jovens e inspiraram outras capitais brasileiras que aderiram ao costume. Quem quer curtir o carnaval de rua deve acordar cedo, pois, nesse caso, o bom do carnaval mesmo é com o sol a pino. Calor, água, boa música, gente bonita e alegre são as marcas dos bloquinhos, que tocam de Beatles a axé das antigas. Para não perder o bonde, fique de olho no horário e local da concentração dos blocos e divirta-se.
Em dúvida onde se hospedar, onde comer e em qual praia ir curar a ressaca? Não deixe de ler nosso guia completo do Rio de Janeiro.
PS: só passei o carnaval no Rio em papel – estava de intercâmbio e minhas amigas me “levaram” em um palito de churrasco -, mas posso dizer com conhecimento de causa que o pré-carnaval é maravilhoso também!
SALVADOR
O Rio pode até ser o berço do samba, mas a Bahia é a terra do carnaval da alegria. Passar o carnaval em Salvador é o sonho de muita gente – eu consegui realizá-lo em 2012, graças a Deus! Diferentemente do Rio, o esquema aqui é outro: circuitos fechados, trios elétricos e camarotes – há a possibilidade de ir de pipoca, mas não me arrisquei apesar de muitos amigos soteropolitanos falarem que é super de boa.
O circuito mais famoso e fresquinho é o Barra-Ondina, que vai acompanhando a praia e é onde estão os camarotes mais famosos como o Harém (fui no primeiro dia), Camarote do Nana (o Camaleão faz uma pausa demorada e estratégica em frente) e o Camarote Salvador (lindo, maravilhoso e impressionante. Tem milhões de comida – inclusive risoto de lagosta – todo tipo de bebida, boate, massagem, stand de maquiagem e show particular na praia).

No chão, milhares de foliões de abadá e colares de filhos de Gandhi se jogam atrás do trio elétrico. Para se manter hidratado (ou bêbado) na pista, ambulantes e garçons garantem a bebidinha nossa de cada dia. De bloco fui no do Tuca Fernandes (meio desanimado), Me Abraça, do Asa de Águia (sensacional) e no Voa-voa, último do Chiclete com Banana.
Bloco ou Camarote? Como diria minha amiga Lívia, eu sou do povo e carnaval de verdade é no chão!
Para garantir uma graninha para gastar durante o carnaval, compre os ingressos com muita antecedência – eles começam a ser vendidos no dia seguinte do carnaval – e divida de mil vezes. Dá para ser feliz mesmo sem ser rico!
PS: cuidado quando for pegar seu abadá. Fui muito avisada sobre a possibilidade de ser roubada logo na saída dos locais de retirada.
RECIFE E OLINDA
Ir para o carnaval de Pernambuco é uma experiência totalmente diferente do que você está acostumado. Muitos blocos fantasiados, vários boneco gigantes, muita caipi-siriguela e morros.
Olinda lembra um pouco o carnaval nas cidades históricas de Minas Gerais, onde os jovens alugam casas ou ficam e repúblicas, sem contar os muitos morros de paralelepípedo que você tem que subir.
Já em Recife, o carnaval mesmo acontece no Marco Zero, à noite, onde vários artistas respeitados se apresentam – no ano que fui (2015), teve show da Elba Ramalho e do Alceu Valença.
Em Recife também acontece o maior bloco de Carnaval do mundo, o Galo da Madrugada. É muito cheio meeeeesmo e tem de tudo, gente rica, pobre, feia, bonita, criança, idoso e um galo gigante! Hahaha… vale muito a experiência!
Uma dica importante para aproveitar bem o carnaval é: acorde bem cedo e vá para Olinda! Bom mesmo é pegar um bloquinho desde o início e acompanhá-lo por toda a cidade. Veja aqui a programação dos blocos de Olinda.
PS: beba muita água e arrume um conhecido com uma casa com piscina. Juro que faz toda a diferença.
BELO HORIZONTE
Uma explosão de blocos de rua e de amor. É isso que aconteceu em BH, uma cidade que costumava ficar deserta durante o feriado e que hoje recebe gente do Brasil inteiro em busca do melhor pão de queijo e carnaval.
Assim como no Rio, o carnaval em Belo Horizonte gira em torno de bloquinhos de rua durante o dia (veja a programação para não perder o bonde) e festas fechadas à noite. Já fiquei na cidade durante três carnavais e não me arrependi (jamais!).
Os blocos mais famosos são: Então, Brilha!, que sai da Rua Guaicurus (famosa pelos prostíbulos) no sábado de manhã bem cedo e é imperdível – é uma espécie de abertura “oficial” do carnaval de BH -; PPK ou Pena de Pavão e Krishna, que só divulga a hora e o local na noite anterior; Alcova Libertina, que toca rock e leva muita gente para a Av. dos Andradas; Baianas Ozadas, bloco de axé mais antigo (e mais cheio) que sai da Praça da Liberdade; Corte Devassa, da galera do teatro; Manjericão, o último, na quarta-feira; Juventude Bronzeada; Me Beija que Sou Pagodeiro; e Garotas Solteiras.
Além dos bloquinhos famosos, muitos outros, menores e normalmente de algum conhecido, surgem todos os anos. Um que sempre vou é o Do Seu Bento a Dona Lúcia, que toca marchinhas e músicas mais tradicionais. Muito bom, amigável e familiar. Rs…
Um outro movimento que tem seu ápice durante o carnaval é a Praia da Estação, que é ponto de chegada de muitos blocos no sábado de manhã. A Praia surgiu há sete anos como uma resposta à proibição do prefeito Márcio Lacerda que proibiu eventos em praças da cidade. Eis então que a Praça da Estação, no centro de BH, virou praia e o sertão virou mar.
À noite, não adianta muito ficar na rua, pois o que bomba mesmo são as festas fechadas. Para quem é folião de rua, sugiro ir para casa dormir, pois a programação no dia seguinte começa cedo e sol (e cerveja) cansa.
Leia nosso Guia completo de Belo Horizonte e não perca nenhum cantinho maravilhoso dessa cidade.
PS: não deixe de aproveitar os bloquinhos pré-carnaval, como Chama o Síndico, na quinta-feira, e os muitos ensaios que rolam em janeiro e fevereiro. Ah! E dá para tocar em algum bloco também. Em alguns é feito uma seleção prévia, em outros, basta participar dos ensaios.
DIAMANTINA
Ser um jovem mineiro significa ir ou já ter passado um carnaval em Diamantina – eu mesma fui quatro vezes. A cidade recebe uma das festas mais famosas do estado e foi onde surgiram bandas carnavalescas famosas como a Bartucada e a Bat Caverna.
O palco principal é montado na Praça do Mercado da cidade e é onde essas bandas tocam todo tipo de música no tambor. É muito legal! Tente ficar um pouco mais em cima para ver tudo direitinho e ter um pequeno espaço para viver.
A grande dica para quem vai aproveitar o carnaval na praça é ir de madrugada, às 4 da manhã, assistir à metade do show da Bartucada, descer para o Bar do Telo (um boteco abaixo da praça que toca música e enche a rua de gente), subir novamente para a praça às 17h para ver a Bat Caverna (não perca a descida do Batman no primeiro e último dia de carnaval) e voltar para a casa após o show – dormir para quê? Tá achando que é fácil ser jovem? Além da Praça do Mercado, muitos outros locais da cidade formam aglomeração de pessoas. O Bar do Telo, como já disse, e o Baiúca, uma espécie de beco acima da praça, ficam lotados!
Comer não é uma atividade muito comum durante o carnaval, mas se estiver faminto, coma um pão de queijo gigante na padaria da praça ou enfrente um miojo em casa mesmo. Para beber? Além do tradicional: cerveja, ice, catuaba, etc. – não deixe de provar a Berola do Gilmar. Um iogurte aditivado com muito álcool e ingredientes secretos.
PS: para não correr o risco de ficar sem água em casa, tente alugar um imóvel próximo aos hospitais da cidade – área hospitalar nunca sofre com a falta d’água. Dica de ouro essa, hein?!
OURO PRETO
Esse talvez seja o carnaval de rua mais antigo de Minas Gerais. Desde sempre, as repúblicas de estudantes da UFOP recebem turistas e promovem blocos e festas pelas ruas (leia-se ladeiras) de Ouro Preto. Além disso, a prefeitura também organiza shows na Praça, mas, para mim, o bom mesmo é acompanhar os blocos e beber cerveja nas festas das repúblicas.
Veja no nosso Guia de Ouro Preto todos os detalhes sobre onde ficar, onde comer e o que ver na cidade.
PS: nunca fui em um carnaval de Ouro Preto, mas amo a cidade e a República Passargada como se fossem minha casa!
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