Se o paraíso tem uma cor, tenho certeza que é a(s) cor(es) do mar de San Andres. Incluí o plural entre parênteses porque os tons de azul são muitos e o conjunto é realmente impressionante – o mar de San Andres é conhecido como o mar de siete colores, mas eu desconfio que sejam mais. A ilha, de apenas 27 Km², fica mais perto da Nicarágua (250 Km) do que de Cartagena (800 Km) – cidade colombiana mais próxima.

As ilhas de San Andres, Providencia e San Catalina, e outras ilhotinhas, chamadas de Cayos, formam o Arquipélago de San Andres & Providencia. Além de praias, o arquipélago possui ainda um Parque Nacional (Parque Nacional Old Providence McBean Lagoon) e três Parques regionais: Parque Natural Regional Johnny Cay, Parque Regional Old Point Mangrove e Parque Natural Regional El Pico. E ainda foi declarado Reserva da Biosfera pela Unesco. Incrível para um conjunto de ilhas relativamente pequeno!

San Andres é uma excelente opção para quem quer conhecer o Caribe, curtir uma praia, mergulhar e, de quebra, fazer umas comprinhas baratas – a ilha inteira possui tax free.

Preparado para conhecer esse lugar incrível? Então vamos lá!

Eu nasci assim, eu cresci assim…

Como a maioria das ilhas do Caribe, a história de San Andres é marcada por piratas e conquistas. Tudo leva a crer que os primeiros habitantes da ilha foram colonizadores holandeses que, depois de alguns anos vivendo em Providencia, foram expulsos pelos ingleses, que mandaram ver de verdade na colonização. Eles buscaram escravos na vizinha Jamaica e começaram a cultivar algodão e tabaco. Com invejinha do sucesso dos ingleses, em 1635, os espanhóis deram início aos ataques ao arquipélago.

Achou que acabou? Que nada. Um pouco depois de conquistar a independência da Espanha, a Colômbia reivindicou as ilhas como parte do seu território. Porém, por ser tão pertinho da Nicarágua, o país também queria chamar o conjunto de ilhas de seu. E taca-lhe pau na disputa, que só terminou em 1928 com um acordo que confirmou soberania colombiana.

Por serem meio isoladas de tudo, as ilhas permaneceram intactas e virgens por muitos anos. Mas, na década de 1950, essa paz foi interrompida com a construção de um aeroporto que passou a ligar San Andres ao continente. Com um mar incrivelmente bonito, tempo bom e avião direto, a ilha cresceu e se modernizou rapidamente, tornando-se destino preferido de muitos turistas. Ou seja, se você está em busca de um lugar quase selvagem, fuja de San Andres e vá para Providencia, que se manteve mais intacta por causa da dificuldade de acesso. Nem tudo pode ser perfeito.

Vem chegando o verão…

Para começo de conversa, anote uma dica muito importante para garantir uma chegada tranquila à ilha: NÃO PEGUE VOO NOTURNO PARA NÃO CHEGAR À CIDADE TARDE DA NOITE. Anotou? É sério. A minha chegada a San Andres foi traumática: o taxista contratado não estava nos esperando, não tinha nenhum restaurante aberto e o nosso quarto não estava pronto. Um dia para esquecer! Mas, para evitar que você passe por esses maus momentos, segue o caminho das pedras para uma chegada triunfante.

Dinheiro na mão é vendaval…

Como na maioria dos países sul-americanos, o dinheiro da Colômbia possui muitos zeros. Mas não se assuste nem se anime. Apesar de R$ 1 valer muitos pesos colombianos (COP), a desvalorização da moeda não é muito significativa não. No geral, as coisas custam mais ou menos o que custam aqui – às vezes, até um pouco mais. Uma promoção do Big Mac custa COP 21.500 (R$ 32,25).

COP 1.000 vale, mais ou menos, R$ 1,50.

Para não se perder na conversão, tem uma regrinha que ajuda muito na hora de fazer as contas e ver se vale ou não a pena comprar aquela bolsa colombiana: divida o valor em pesos por 2, some ao valor total e ande com a vírgula três casas para a esquerda (ou, se preferir, multiplique o valor por 1,5 e divida por 1.000).

Ex: COP 7.000 = R$ 10,50
7.000 / 2 = 3.500
3.500 + 7.000 = 10.500
10.500 / 1.000 = 10,50

Para oito dias (cinco em Cartagena e três em San Andres), gastamos COP 2.600.000,00 por pessoa. Deu bem, inclusive para comprinhas básicas e idas a restaurantes mais chiquezinhos.

Na rua, na chuva, na fazenda…

Escolher hotel em San Andres pode ser uma tarefa difícil se você não estiver disposto (ou com grana) para se hospedar em um dos resorts da rede Decameron. Eles dominam a ilha e oferecem boa estrutura de lazer e esquema all inclusive. Como estávamos em época de vacas magras, acabamos optando por um hotel mediano que simplesmente foi responsável pelo nascimento de vários cabelos brancos na minha cabeça. Veja onde (não) se hospedar.

Nós vamos invadir sua praia…

As praias de San Andres são muito bonitas, mas não espere encontrar a mordomia a qual estamos acostumados no Brasil. Nada de quiosques, barraquinhas e garçons nos servindo comida e bebida.

Além disso, o fundo é lotado de pedras e corais, o que te obriga a comprar aquelas sapatilhas com sola de borracha (COP 28.000) para entrar no mar. Não é muito bonito e também não é a coisa mais confortável pra se usar na praia, pois entra areia, água do mar e incomoda. Mas posso garantir que é beeeeem melhor do que cortar o pé ou tê-lo todo furado por ouriços.

Apesar de todas essas diferenças em relação ao litoral brasileiro, não há nada melhor que curtir o sol em uma praia do Caribe. Conheça!

Vou dar a volta no mundo eu vou…

Como a ilha é pequena, dá para fazer quase tudo a pé ou de táxi, mas alugar um transporte alternativo pode ser mais legal. O melhor jeito de conhecer os pontos turísticos da ilha é alugando um carrinho de golfe por um dia e dar a volta na ilha. Veja quanto custa e onde alugar.

A maioria dos hotéis, bem como restaurantes, lojas e até mesmo o aeroporto, estão situados na parte norte da ilha, local que é chamado de “centro”. Então é de lá que partimos. Confira aqui o nosso roteiro.

Você tem fome de quê?

No centro de San Andres existem muitos bares e restaurantes com boa comida e, principalmente, com boa vista. Tem opção para todos os gostos e bolsos – comer na ilha, geralmente, é barato. Confira!

Pago tudo que consumo com o suor do meu emprego…

O centro de San Andres é um grande free shop a céu aberto. Na ilha não há impostos e, por isso, o lugar é um sonho consumista. As melhores lojas e que dominam a cidade são: La Riviera e President. Lá você encontra de tudo – óculos, sapatos, roupas, cuecas, chapéu, malas, perfumes, cremes, relógios… Não tenha dúvidas, comprar em San Andres é mais barato que comprar no Free Shop de Bogotá. Eu fiz o teste!

Passeios

Já contei aqui no blog que não sou muito fã desses passeios de barco estilo CVC, que acabam sendo mais cansativos que um dia de trabalho. Além disso, não gosto de mergulhar e não sou muito íntima dos peixes. Por isso, não fiz nenhum passeio saindo de San Andres. Mas para os que gostam, as opções são muitas: Cayo Bolívar, Johnny Cay, El Acuario e Haynes Cay. Os passeios saem do Muelle Internacional e podem ser contratados no hotel.

De viajante para viajante

– Na ida para San Andres, tente se sentar do lado direito do avião, pois é de onde se tem a melhor vista da ilha e rende ótimas fotos, estilo cartão postal mesmo.

– Assim que você chegar a San Andrés, reserve logo seu passeio para Cayo Bolivar. Vc pode fazer isso na recepção do seu hotel. O valor normal é COP 180.000. É importante garantir o seu lugar, pois o número de visitantes na ilha é limitado e o passeio não acontece todos os dias da semana. O mar também tem que estar em condições adequadas de navegação – se o mar estiver ruim o passeio não sai. Ou seja, se você marcar o passeio para o final da viagem e nesse dia o mar não colaborar você, provavelmente, vai voltar de San Andrés sem ter conhecido Cayo Bolivar.

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